FIV (Virus da Imunodeficiência Felina)

22/11/2011 15:37

FIV - Virus da Imunodeficiência Felina

O vírus da imunodeficiência felina (FIV) pertence a mesma subfamília do vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, porém é espécie-específico, ou seja, infecta apenas felinos.

A doença nos gatos foi descoberta em 1986, e desde então várias pesquisas estão sendo feitas devido a similaridade do FIV com o HIV.

O principal meio de transmissão se dá através de mordeduras, e não por contato sexual como no caso do HIV. Outras fontes de infecção são através de transfusão de sangue, da mãe para o filhote, caso ela se infecte durante a gestação, e através da amamentação. Acredita-se que ele também possa ser transmitido pelo contato prolongado com animais soropositivos, por compartilhar vasilhas de comida e água, possibilitando o contato com a saliva dos animais contaminados.

Os animais mais suscetíveis são os machos inteiros (não castrados) e gatos de vida livre ou domésticos que têm acesso a rua, pois a transmissão por ferimento de mordedura pode ocorrer durante as brigas. Gatos que vivem em ambientes com muitos animais, com introdução frequente de gatos novos, também estão expostos.

O vírus infecta primariamente as células de defesa (linfócitos), destruindo-as lenta e gradualmente. O animal passa por cinco fases da doença até chegar na imunodepressão, que é a última fase, chamada fase AIDS. Isto demora anos, e uma das características da doença é o longo período de latência, ou seja, o animal infectado não apresenta nenhum sintoma durante anos (portador assintomático).

Como suspeitar que o gato está infectado? Não existe um sintoma específico, o que vai chamar a atenção são sintomas de baixa imunidade. Animal que apresenta infecções frequentes, ou recorrentes, doenças incomuns, perda de peso, febre de origem desconhecida, são prováveis soropositivos. Pode também apresentar anemia e alguns tipos de tumor.

O diagnóstico é feito através de exame de sangue para confirmar a presença de anticorpos contra o FIV na corrente sanguínea. Atualmente no Brasil só temos disponível o teste ELISA. É importante frisar que uma vez soropositivo, o gato torna-se importante fonte de infecção para outros gatos, sendo ideal testar todos os animais da casa e manter os soropositivos isolados dos soronegativos. Outras medidas de controle são castrar o animal e evitar que ele tenha acesso a rua, além de rigorosos cuidados e visitas constantes ao veterinário.

As reações dos proprietários ao receber um diagnóstico de FIV são variadas, passando pelo desespero até o preconceito, semelhante ao que ocorre com as pessoas portadoras do HIV. Hoje em dia podemos proporcionar uma qualidade de vida melhor para o gato soropositivo, pois algumas drogas utilizadas em medicina para pessoas com AIDS têm sido utilizadas em gatos. Estas drogas promovem uma melhora da condição clínica e imunológica. Além do tratamento direcionado para o FIV, temos que tratar as infecções secundárias e oportunistas. A eutanásia é indicada em último caso, apenas para os doentes terminais.